24/12/2007

"Não posso continuar sendo humano se faço desaparecer em mim a esperança" (Paulo Freire)

Neste momento, de festividades, embalados pelo espírito de 'nascimento' de Jesus Cristo, sentido maior da Noite de Natal, e com vistas a chegada do Ano de 2008, nossa comemoração vem embalada pela reflexão e pela esperança na construção de uma educação mais justa, democrática, solidária e, sobretudo, emancipadora!!!

Para refletir, Paulo Freire... num diálogo com Moacir Gadotti, Revista Nova Escola (11/1993). Seguem alguns trechos desta reflexão:

"Eu sou esperançoso porque não posso deixar de ser esperançoso como ser humano. Esse ser que é finito e que se sabe finito, e porque é inacabado sabendo que é inacabado, necessariamente é um ser que procura. Não importa que a maioria esteja sem procurar. Estar sem procurar é o resultado, é o imobilismo imposto pelas circunstâncias em que não pudemos procurar. Mas não é a natureza do ser. É por isso que quando as grandes massas sofridas estão, como eu chamo em Pedagogia da Oprimido, mais imersas do que emersas na realidade social, política e econômica, estão sendo proibidas de ser. Por isso é que elas ficam apáticas. A esperança não floresce na apatia. Cabe ao pedagogo, ao filósofo, ao político, aos que estão compreendendo a razão de ser da apatia das massas - e às vezes da apatia de si mesmos - a briga pela esperança. Eu não posso desistir da esperança porque eu sei, primeiro, que ela é ontológica. Eu sei que não posso continuar sendo humano se eu faço desaparecer de mim a esperança e a briga por ela. A esperança não é uma doação. Ela faz parte de mim como o ar que respiro. Se não houver ar, eu morro. Se não houver esperança, não tem por que continuar o histórico. A esperança é a história, entende? No momento em que você definitivamente perde a esperança, você cai no imobilismo".

"A esperança é uma invenção do ser humano que hoje faz parte da nossa natureza que se vem constituindo histórica e socialmente. Ou seja, a esperança é um projeto do ser humano e é também a viabilização do projeto. Por isso é que os ditadores, tanto quanto podem, aniquilam a esperança das massas. Ora sob o susto, o medo, o pavor. Ora sob o assistencialismo. Eu não sou contra a assistência, porque não é possível você ver um homem morrendo e dizer que não dá pão porque é assistencial. Isso está errado, é um crime. O que não podemos ser é assistencialistas, quer dizer, transformar a assistência em uma estratégia. Mas como tática é absolutamente válida".

FELIZ NATAL e um ANO NOVO de muita luz, paz, harmonia, saúde, amor e EDUCAÇÃO para o BRASIL!!!!

Simone Medeiros.

2 comentários:

coraci machado disse...

Simone, parabéns pela lembrança de Paulo Freire no Natal. Na verdade esta é uma época do ano que, mais do que nunca, nos faz lembrá-lo, pelo seu espírito utópico, social e cidadão

Anônimo disse...

PAULO FREIRE É O GRANDE MESTRE DA EDUCAÇÃO NO BRASIL E NO MUNDO. TODOS OS EDUCADORES E EDUCADORAS DEVEM REVERENCIAR O SEU NOME PARA SEMPRE.
Trabalho em educação há 26 anos na área de Estudos Sociais no Ensino Fundamental e Médio, há dois anos fui eleito gestor da EEEF São Francisco na cidade de Limoeiro - PE; sou aluno do curso de especialização em gestão escolar do programa Escola de Gestores do MEC.
Parabéns pela idéia de fazer um blog para os cursistas da Escola de Gestores.